Dentre as diversidades culturais do Paganismo, temos algumas explicações teóricas que compravam os motivos/razões/formas que determinadas culturas vistas na contemporaneidade como primitivas, tinham de cultuar a Terra, uma dessas expressões é a característica regional.
São de extrema/fundamental importância para um(a) Bruxo(a) valorizar seus ciclos (de forma interna e externa), clima, estações, influência na flora e fauna e suas relações com os astros no respectivo ecossistema onde o mesmo presencia essas manifestações naturais. É com este conhecimento em mãos que muitas culturas elaboram seus ritos e celebrações. No meu caso a Caatinga é o ecossistema em que vivo, e é na sua diversidade que contemplo e celebro os Deuses.
Sinto-me à vontade falando nesse ecossistema não só por ser um Bruxo desta região, mas pelo fato de Quixadá, minha cidade, ter sito escolhida pelo IBAMA como cidade representativa deste bioma.
Caatinga (do Tupi-Guarani: Caa (mata) + Tinga (branca) = Mata Branca).
A Caatinga é uma das regiões semi-áridas mais populosas e ricas em biodiversidade do mundo com bastante heterogeneidade. Manifesta-se no Brasil nas regiões nordeste e norte de Minas Gerais, correspondendo a 10% do território nacional.
Desde a invasão dos Portugueses em nossas terras (historicamente conhecido como período colonial), o ecossistema vem passando por transformações drásticas causada pela intervenção humana, atualmente encontra-se com mais de 45% de sua área desmatada. Tornando este bioma vulnerável, principalmente pelo processo de desertificação que atualmente nosso planeta vem enfrentando em diversos lugares.
A fauna da caatinga sofre com a caça e a ocupação humana, e como consequência disso, muitas espécies já foram extintas, outras estão sob ameaça como o tatu-bola, o tamanduá-mirim, a onça-parda e o soldadinho-do-araripe.
Apesar de sua fragilidade, possui uma grande quantidade de espécies exclusivas. Segundo dados da Reserva da Biosfera da Caatinga (2008), já foram registradas 148 espécies de mamíferos, 348 de aves, 154 de répteis e anfíbios, 185 de peixes e 5.344 espécies vegetais. Descrições de novas espécies vêm sendo feitas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.
Além da importância biológica, a caatinga apresenta um potencial ainda pouco valorizado como a potencialidade frutífera e as espécies medicinais.
Dentro deste contexto convido a todos os leitores a se sensibilizarem e se comprometerem com a Mãe Terra e com a forma a qual ela se apresenta a cada um, procurem conhecer sobre o bioma da sua região, em especial conhecer mais sobre o ecossistema Caatinga que é exclusivamente brasileiro e também pouco estudado. Lutem pela preservação e sustentabilidade do ecossistema onde vocês habitam, lembrando-se que a preservação do mesmo também é sua própria preservação e de nossos futuros descendentes, além de ser uma forma de respeito à memória de nossos antepassados que viveram em equilíbrio com este meio e garantiram nossa atual vivência. A natureza é uma das grandes formas de expressão que nossos Deuses utilizam para manifestarem-se e relacionarem-se com seus filhos. Façamos então de nosso ecossistema um grande altar em honra as nossas divindades e ancestrais, respeitando cada ser vivo que compartilha de sua energia e corpo nesse diverso e multifacetário planeta.
Fonte de pesquisa: http://www.acaatinga.org.br
